domingo, 26 de maio de 2013

Teardrops - Lagrimas- Capitulo 16

"E seguiu tocando a vida. Porque, no fundo, sabia que era tudo o que podia fazer. Viver e ter esperanças."
A cidade do Sol.


Justin POV's

- Grace - eu chamava pelo seu nome e ela não respondia, era como se ela não estivesse presente. - Grace, fica comigo - Ela aos poucos foi recuperando os sentidos.
- Fui ele - ela disse quase como um sussurro - ele que matou ela - ela chorava compulsivamente 
- Eu... Eu sinto muito - eu disse por fim abraçando-a 
Ela secou as lagrimas, me abraçando fortemente, que nem sei como consegui respirar.
- Ele, ele confessou tudo - ela disse e pude notar a dor em seus olhos e em cada palavra.
- O que pretende fazer? - era meio obvio
- não sei - ela disse ainda estirada no chão - eu ainda não tenho provas, mas posso conseguir, eu acho... Mas quero vingança 
- do que esta falando? - não estava gostando do rumo da conversa
- nada - ela disse e desviou os olhos dos meus - só estava pensando, eu preciso ter uma conversa com ele, tipo, a sós, e fazer ele confessar tudo, e depois, bom... depois entregar para a policia. Eu preciso disso, preciso fazer isso, assim, estarei vingando ela. Estarei tirando um peso das minhas costas. Uma culpa que carrego dentro de mim, até mesmo sem perceber...
- você não tem culpa - eu disse passando a mão de leve em seu rosto - você sabe disso..
- sim, eu sei, mas no fundo, eu me culpo - ela disse cabisbaixa e eu a abracei
- tudo vai dar certo, estou com você nessa.

Grace POV's

Eu não podia simplesmente contar meus planos para ele. Se assim fizesse, ele nunca me apoiaria, ele barraria na hora. Eu sei que é arriscado de mais, mas é necessário.  Para vingar minha mãe, o sangue deverá ser derramado. Se assim não for, eu nunca estarei em paz.
O plano era simples, primeiramente, eu teria de conseguir falar com Peter em um local afastado. Um galpão... Conseguir uma arma e um gravador, e minha vida estava feita.
Justin não saberia da parte da arma, talvez quando descobrisse, me deixasse... Mas, se fosse necessário perde-lo, assim eu faria.
Estava tudo no esquema, ele me levaria até o local, e depois me deixaria lá, sozinha. Assim que eu terminasse eu ligaria para ele, que iria me buscar e eu fingiria que nada aconteceu. Claro, ele iria com certeza saber que foi eu, depois que saísse nos jornais e tv. Mas, eu tenho meus motivos, certo?
Ele parou o carro na frente do galpão, direcionei minha mão até a maçaneta do carro, e quando fui abrir, ele me impediu.
- Tem certeza que quer fazer isso sozinha? - seus olhos transmitiam preocupação, apenas assenti - Grace, eu te amo tanto..
- Eu também te amo muito. - eu disse, poderia ser a ultima vez, mas era necessário. Avancei para seus lábios com um desejo incontrolável. Abracei-o tão forte, eu tinha medo de perde-lo. Era difícil  tomar essa decisão com certeza foi difícil  Mas, não tinha mais volta. Eu precisava fazer isso. Lentamente direcionei minha mão até a maçaneta do carro, e abri. Virei meu corpo para a parte de trás do carro, e levantei. O que eu menos esperava aconteceu, a arma que estava presa na minha calça caiu, e em um relasse Justin viu.
- O que é isso? - ele disse olhando para mim, e para a arma que estava no banco do carro, ele não tinha coragem de pegar na mão.
- Eu preciso fazer isso... - eu disse como em um sussurro 
- Não. Você não precisa. Isso é loucura.
- Desculpa, mas eu vou fazer isso, e você não vai me impedir.
- Tudo bem, faça o que quiser, mas não conte comigo. - ele disse e virou o rosto olhando para a rua, senti a dor em seus olhos.
Peguei a arma do banco, prendi na minha roupa e fechei a porta, assim que fechei ele acelerou o carro, sem olhar para trás.
As lagrimas eram mais fortes do que eu, era quase impossível  Eu sabia que ia perde-lo, mas era um risco que corria, e independente de qualquer coisa, foi  o certo.
Redirecionei meu caminho até o galpão, com a arma escondida no mesmo local de antes. Empurrei a grande porta, encontrando Peter sentado lá, de costas. Era uma ótima oportunidade certo? Liguei o gravador, ele ainda não tinha me notado.
Limpei a garganta chamando a atenção, ele rapidamente olhou para trás, um sorriso diabólico se formou em seus lábios. 
- Oi órfã - ele disse com aquele sorriso sempre em seu rosto.
- E ae assassino - eu disse entrando no joguinho - qual vai ser sua próxima vitima?
Ele deu um riso de lado. - Não sei... Estava aqui justamente analisando as possibilidades.
- Nossa, que bom. Você fez isso com minha mãe também? analisou pra ver se ela seria uma boa vitima? - eu estava sendo o mais fria possível, precisava induzi-lo a verdade.
- Não, eu conheci ela por acaso, ela se apaixonou, não tenho culpa se sou irresistível.
- Se fosse irresistível teria me conquistado e não em abusado.
- É você tem razão, mas foda-se o que ta feito, ta feito.
Respirei fundo, segurando as lagrimas ao máximo.
- Eu só queria entender, o porquê.
- Grace, Grace. Você sempre foi uma menininha muito charmosa, eu não resistir.
- Isso é doentio - meu estomago se revirou e senti uma repulsa.  
- É o que dizem - ele disse com um sorriso sacana no rosto - mas então, você quer relembrar os velhos tempos?
- Cala boca, eu tenho nojo de você - eu explodi, já não estava conseguindo levar isso muito longe, já tinha conseguido a confissão.
- Sabe Grace, eu fico me perguntando. Por que você nunca me denunciou? Aí eu me lembro, você é fraca que nem sua mãe. E sabe, você não vai me denunciar, mesmo com esse gravador ali, acha que não percebi? Sabe por que? Porque eu sei cada passo seu, eu sei do seu namoradinho e sei dos encontros que vocês tinham e tem. Se achou mais esperta? Esta enganada.
Engoli em seco. "droga"
- E você Grace, não vai abrir a boca se não, muito sangue vai rolar. Todas as pessoas a sua volta iram pagar, seus amigos, seu namorado, seus professores, e todas as pessoas da sua escola e você vai sofrer muito sabendo que foi responsável pela morte de todas as pessoas do seu facebook, e depois de se torturar por muito tempo, eu vou te matar. 
- Eu não tenho medo de você
- Serio? A não tem? Você sempre teve medo, nunca teve um vida social. Igualzinha a vadia da sua mãe que comia na minha mão - já não contia as lagrimas, falar da minha mãe é uma coisa, agora chama-la de vadia é outra completamente diferente - ou você acha que ela sabe quem é seu pai? - nunca soube quem ele é, talvez foi o melhor, ou não. Não sei, qualquer coisa seria melhor do que esse cara.
- Cala sua boca, você não tem moral pra falar dela - eu já gritava e chorava
- Órfã da vadia - eu já não aguentava mais, em um golpe rápido  passei a mão nas minhas costas e tirei a arma, apontei pra ele e dei dois tiros no peito. Ele passou a mão no sangue e olhou para mim surpreso, e abriu um sorriso - igualzinha a mim. - dito isso ele cai no chão. 
Meu corpo começou a pesar e cai de joelhos no chão. Ele tinha razão, eu estava me comportando igual a ele, mas eu não era assim era? Eu estava me sentindo a pior pessoa do mundo. Como eu pude fazer isso?
- Pai... - eu ouvi a voz de Cristine. Como? Como ela estava ali? - O que você fez Grace? - eu não falava nada, só olhava pra ela tão assustada quanto, eu estava em transi. - como você pode? - ela chorava, se debruçou no corpo dele e chorava compulsivamente chamando por ele.
- Eu sinto muito - foi a unica coisa que consegui dizer, ela tirou uma arma que estava na roupa dele,-  então, eu era a próxima vitima - se levantou e apontou para mim. Eu fiquei perplexa, não acreditando que ela seria capaz, mas eu também não seria capaz certo? e mesmo assim eu o fiz. Sem pensar duas vezes, ele puxou o gatilho e deu um tiro certeiro no meu peito. Eu olhei pra ela com os olhos cheios de lagrimas. Muitas coisas viam na minha cabeça o tempo todo. Minha vida passava em flashes. Minha mãe tocando para mim, Peter fazendo e dizendo coisas horriveis. E a ultima coisa que veio na minha cabeça foi ele. 

Justin POV's

Não conseguia dirigir, pensava somente nela e no que ela seria capaz. Parei o carro no estacionamento estasiado pelo momento que havia passado. Encostei minha cabeça no banco e tudo passava em minha mente, seu sorriso, suas lagrimas. Logo, pude ouvi uma sequencia de dois tiros. Estava feito. Fechei meus olhos e respirei fundo. No que ela havia se transformado? Ela pegou todas as lagrimas e dores que tinham em seu peito e transformou nesse monstro. Mas não podia culpa-la, não podia não dar razão. Logo, ouvi um novo tiro. O que estava acontecendo? Liguei o carro e direcionei meu percurso até o local que havia deixado-a. Parei o carro de qualquer jeito e entrei, com medo do que podia ver. Tinha medo, e acho que nunca senti um medo tão forte dominar o meu ser. Entrei no local e dois corpos estirados nos chão, um dele e o outro dela...  Logo, corri até seu corpo, ele estava acordada, mas pálida, gélida e soada. Ela sorriu ao me ver.
- Eu sinto muito - ela disse sorrindo - eu te amo tanto, é tão bom saber que você vai ser a ultima imagem que verei - ela disse sorrindo, um sorriso lindo, mas ao mesmo tempo triste.
- Não diga bobagens Grace, você tem muito para viver ainda. - eu disse com uma dor em meu peito.
Ela negou - não vou, eu sei que não, só quero que diga que me ama, se assim for, e que sempre vou ser uma lembrança boa para você.
- eu te amo Grace, mas você tem que prometer que vai ficar comigo para sempre.
- Nos seus sonhos, eu prometo te visitar - ela disse e logo se calou.
Eu perdi a minha Grace, e a culpa era toda minha.

-.-

Ela estava na UTI, as chances eram poucas mas não descartáveis. Cristine estava aqui também, ela havia tentado se matar logo em seguida, as chances dela era melhores, e ela não iria para a cadeia, alegaram ser auto-defesa. Grace podia ficar em coma por anos e anos, eu nunca desistiria dela. Bea estava junto comigo no hospital, me dando apoio.
- Justin, a culpa não é sua, ela sabia os riscos. 
- Eu não devia ter deixado ela ter feito essa loucura.
- Bieber, Bieber. Você foi um anjo na vida dela, mas até os anjos falham.
Eu não podia acreditar, eu só podia ve-la pelo vidro, e talvez nunca mais pudesse toca-la e te-la para mim. Era a pior tortura do mundo. Eu queria estar no lugar dela, seria tão mais fácil.
Passava os dias e as noites na sala de espera, e ninguém me tirava dali, até falavam que era para mim descaçar, mas a verdade é que eu nunca ficaria sossegado sabendo que ela poderia morrer a qualquer momento, que ela estava morta e viva ao mesmo tempo. Eu só queria abraça-la e dizer que tudo ia ficar bem. Eu queria ser o motivo pelo qual ela não desistiria, o motivo de seus sorrisos e nunca de suas lagrimas.
O doutor logo chegou na sala de espera.
- Quem esta com Grace Linton? 
- Eu, eu sou seu namorado.
- Ela acordou - ele disse com um sorriso - mas as noticias não são tão boas.
Como não? Minha Grace acordou certo? Isso já era a melhor noticia que eu poderia receber não é mesmo?
- Como não? - questionei.
- Me acompanhe
Segui ele até o quarto em que levaram ela, ele mandou eu entrar, levei minha mãe lentamente até a maçaneta e girei. Ao abrir a porta, não encontrei-a na cama, ela estava na janela, olhando a chuva que não parava de cair.
- Ela não fala nada, mal come e sempre olha para o nada, sem desviar o olhar. Ela sofreu emoções muito fortes e surtou. É como se desse um curto nela. Ela vai ser internada em uma clinica psiquiátrica. Sera a unica solução. 
- Tudo bem - eu disse e comecei a andar até ela, a abracei de lado. - eu prometi guardar o melhor de você e assim farei, eu nunca te abandonarei, eu te amo muito Grace, volta pra mim, fica comigo, não me abandona, você é meu ar, meu mundo, minha vida. Eu preciso de você pra conseguir atravessar esse mar louco que se chama vida. Eu preciso do seu sorriso todos os dias. Volta pra mim. - ela nem moveu-se, nem piscou, continuou intacta. Isso partiu meu coração em milhões de pedaços. 

-.-

Foi a melhor saída, a unica solução. Poderíamos ter feitos muitas coisa. Deixado ela naquele quarto, a deixado do jeito que esta. Abandonado-a. Mas minha mãe me ajudou e conseguimos uma boa clinica para ela. Ela ficaria um mês. E depois, sairia. Eu estava esperançoso, ela iria conseguir se recuperar rápido  mas passou um mês e nada. Eles iriam desistir dela, mas insistimos para eles não fazerem isso. E o tempo foi passando, minhas esperanças ia passando também. Já não acreditava que ela poderia se recuperar, já não acreditava que ela voltaria para mim. Mas eu não queria desistir dela, do nosso amor.
Muitas pessoas falavam que era o melhor a fazer. Desistir. Mas eu era a unica pessoa que estava ao seu lado, a unica pessoa no mundo todo que se importava. Como eu podia abandona-la? Eu não podia. Mas isso estava indo longe de mais. Todos diziam que eu precisava tomar uma decisão, e por mais duro que fosse, eu precisava seguir minha vida.
Como todos os dias, segui até a clinica e encontrei ela, no mesmo lugar. Sentada em uma cadeira embaixo de uma arvore vendo o lago que tem lá, ela olha aquilo com uma sinceridade no olhar indescritível. Me aproximei dela e beijei sua bochecha. Peguei em sua mão e olhei para ela.
- Grace, faz tempo que você esta aqui, não é mesmo? Você sabe o quanto eu tenho vindo aqui nos últimos meses. Tenho vindo aqui, na esperança de te ver boa, e voltar a ser o que era antes. Talvez, só talvez, isso não seja possível  e você sempre esteja aqui. Mas, eu tenho que seguir minha vida certo? Eu congelei no tempo e parei minha vida por 1 ano. Tenho vivido em função de você o tempo todo. Eu não quero desistir de você, eu não posso. Mas eu tenho que seguir minha vida, eu sei, vai ser doloroso para ambos, mas é necessário  Eu só preciso de um sinal, um movimento, uma palavra... qualquer coisa que mostre que você vai se recuperar. Eu sei que você esta ali Grace, eu sinto isso. Não me faça ter de abandona-la. Mostre-me, me de um sinal. Eu te amo tanto e não quero ter que deixar você, e saiba que vou te amar pra sempre, pois esse é o sentimento mais verdadeiro que tenho dentro de mim. - Respirei fundo, esperei por um momento, e nada. No fundo eu sempre soube que ela não iria responder, mas eu não queria deixa-la, mas era necessário. A vida segue. - Tudo bem, esse é um adeus, quem sabe, a gente se encontre no final. Eu te amo - e dito isso, eu senti, ela apertando minha mão. Olhei para ela e lagrimas corriam em seu rosto compulsivamente. Não pude deixar de sorrir. - Eu te amo - Ela sorriu, e apertava cada vez mais minha mão, e eu senti dentro de mim uma coisa muito forte que nada nem ninguém iria conseguir mudar, eu amava ela tanto. E eu sei que estávamos juntos novamente.


FIM


E ae povo, o que acharam? eu sei que queria um final mais feliz e tal, mas a vida nem sempre é como queremos, e pode ser uma história fictícia mas devemos sempre ter isso em mente, nada é como queremos.
Abuso é algo muito serio, se você sabe de algum caso ou até mesmo é vitima, não exite em denunciar. 
Espero que tenham gostado, eu escrevi com muito carinho e espero sinceramente que consegui atingir as expectativas. Eu quero pedir para que todas vocês comentem o que acharam do final, vai ser muito importante para mim.

Se quiserem perguntar qualquer coisa sobre o final é só me procurar na ask polianakl

Beijos da Poli - @withsw4g






Um comentário:

Oii.
Obrigada por ler. Agora por gentileza você poderia comentar?
E Marcar?
Obrigada. Coloque seu twitter para assim que tiver postagem nova nós podermos avisar você. Principalmente se seu comentário for em anonimo.
Muito obrigada.
Equipe,
@OhMyBieberGTS